segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Conteúdo e Aprendizado: Funcional ou Transformador ?




 Nonscholae, sed vitae discimus: Não estudamos para a escola, mas para a vida.
Qual será o real e legítimo papel das faculdades e universidades no início deste século XI ?Uma coisa é clara: com o caminho irreversível da Web, não se deve focar mais a educação 100% no conteúdo, pois o mesmo está disponível, acessável util e reutilizável, transformável, adaptável, cooptavél e ao alcance de todos em todos os idiomas, com tradução simultânea emuito pouco esforço intelectual.Devemos sim focar na capacidade que estes alunos possuem, individuais e coletivas, na forma de leitura e interpretação, na criatividade, na ação e reação que tais aprendizes terão a partir destes conteúdos e no resultado sobre ele alcançado e na capacidade que tal resultado tem de transformar o mundo.  Quantos estudantes de medicina estão agora debruçados em seus livros pensando numa solução para desafogar o inexequível sistema de saúde público do Brasil ? Quantos agora estão com suas teses nas engenharias dissertando sobre materiais mais acessíveis menos agressivos que substitua o cimento, por exemplo. Tais princípios criados pelo Sociólogo suíço Philippe Perrenoud, onde um de seus pensamentos fundamentais parte do pressuposto transformador que o  "professor precisa de capacitação para se tornar um tradutor do conhecimento e conseguir modificar sempre sua maneira de explicar até que todos os alunos aprendam."Maravilha. Mas os salários pagos à essa classe trabalhadora só modificam o nível do desinteresse para menos e a raiva para mais, pelo menso aqui no Brasil. O pressuposto comum a todos é que o aluno chega e sai de todas essas faculdades, que aí estão, com um vasto conteúdo, mas o mesmo não consegue convertê-los em resultados práticos capazes de transformar o mercado onde estão inseridos e consequentemente a sociedade. 
Perrenoud foi chamado por grandes empresas europeias na década de 90 para descobrir porque os alunos do velho continente saiam do 3º grau sem conseguir transformar o conteúdo em algo funcional, prático e transformador nas empresas. Então foi pedido a Perrenoud que criasse um modelo que avaliasse o alunos em suas competências e habilidades e não mais em seu vasto conteúdo. Baseado nisso  é que o Programme for International Student Assessment (Pisa) - Programa Internacional de Avaliação de Estudantes -  tornou-se uma iniciativa internacional de avaliação comparada, aplicada a estudantes na faixa dos 15 anos, idade em que se pressupõe o término da escolaridade básica obrigatória na maioria dos países, princípio pelo qual foi criado o ENEM.O programa é desenvolvido e coordenado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Em cada país participante há uma coordenação nacional. No Brasil, o Pisa é coordenado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). O objetivo do Pisa é produzir indicadores que contribuam para a discussão da qualidade da educação nos países participantes, de modo a subsidiar políticas de melhoria do ensino básico. A avaliação procura verificar até que ponto as escolas de cada país participante estão preparando seus jovens para exercer o papel de cidadãos na sociedade contemporânea.


A máxima percebida atualmente no Brasil por quase todos os líderes corporativos de que a universidade não prepara para o mercado de trabalho é apenas uma reafirmação do que já havia percebido o italiano Stefano D’Anna com a criação, em 1989, da European School of Economics, muito debatido no livro " A Escola dos Deuses " . Ora o mercado de trabalho é muito mais dinâmico e mutante do que a própria Universidade, então é impossível uma tese sobrepor a outra. O conteúdo sempre será necessário pois , sem conteúdo o pensamento vaga. O que perde valor com a proposta de estímulo ao pensamento crítico e sua comunicação é a exigência de decorar conteúdo.A máxima percebida atualmente no Brasil por quase todos os líderes corporativos de que a universidade não prepara para o mercado de trabalho é apenas uma reafirmação do que já havia percebido o italiano Stefano D’Anna com a criação, em 1989, da European School of Economics., muito debatido no livro " A Escola dos Deuses " . Ora, o mercado de trabalho é muito mais dinâmico e mutante do que a própria Universidade, então é impossível uma tese sobrepor a outra. O conteúdo sempre será necessário pois , sem conteúdo o pensamento vaga. O que perde valor com a proposta de estímulo ao pensamento crítico e sua comunicação é a exigência de decorar conteúdo. 




O economista e empreendedor americano Ben Nelson, que esteve à frente do serviço de hospedagem de fotos Snapfish, vendido por US$ 400 milhões para a HP em 2004, propõe em sua entrevista À revista Época há um ano atrás, um novo modelo de Universidade transformadora da educação e do mercado nos moldes do pensamento de Perrenoud, com a mesma qualidade das principais universidades dos EUA e ainda, pela metade do preço. Por isso, não terá um campus. As aulas teóricas serão on-line. As práticas acontecerão em locais como museus e indústrias, nas maiores cidades de sete países – o Brasil entre eles. 

M.A.R.A.V.I.L.H.A !... ? Calma aí. Tá mas como é o esquema acadêmico ? Como é a formação ? Aulas de laboratório são simuladas em computador  ? como são integradas as disciplinas e a interdisciplinaridade ?  
Tomar pra si a bandeira de “ única universidade do mundo que ensinará aos alunos as habilidades que os levarão gradualmente a pensar criativamente e se comunicar com o mundo de forma eficaz ”...  Tá beleza!? Mas como isso acontece ? Pelo visto a proposta já é slogan de muitas faculdades que conheço por aí. Como o processo será envolvido com 20 alunos por sala ? Quanto custa afinal ? Nelson ainda afirma “Não teremos um campus. Todas as aulas serão on-line, com no máximo de 19 alunos por sala. Não será preciso pagar por material nem assistir a aulas introdutórias, porque esse conhecimento pode ser adquirido gratuitamente com livros e cursos on-line. Quando chegarem à Minerva,( nome de sua Universidade revolucionária ) eles terão essa base. No 1º ano, desenvolverão habilidades de busca e análise de informações e comunicação. (!? )   "A inovação não está em ensinar isso, mas em aplicar esse conhecimento às outras aulas. " Beleza, mas como ?  
Esse papo de dizer “ Nossos alunos viverão nos países que moldarão o mundo neste século. O Brasil é um deles ” Sei não ? São muitas perguntas que não valem a aposta, mesmo que seja pela metade do preço das mais renomadas e importantes dos EUA. O pensamento mercadológico da máxima que tudo pela metade, deve valer também  a mesma medida eu aplicaria aqui.





Duvido muito que tal proposta acadêmica consiga germinar cérebros transformadores como do  garoto holandês Boyan Slat  que propôs um experimento protótipo flutuante com capacidade de recolher plásticos em até três metros de profundidade e coletou uma quantidade pequena de zooplânctons, que auxilia a reciclagem do plástico dos oceanos. Uma iniciativa que conta com o apoio de mais de 100 pesquisadores e ambientalistas, com a meta de remover 65 metros cúbicos de lixo por dia. Com um site que mostra todo o procedimento, Slat faz uma “vaquinha virtual” para colocar seu plano em ação. O valor de 2 milhões de dólares é alto mas, em apenas duas semanas, o jovem já conseguiu 34% do montante com doações que variam de cerca de cinco dólares até dez mil dólares. Ao colaborar, o doador sabe o quanto o valor dado significa em retirada de lixo do oceano.  E sem ajuda de Universidade milagrosa nenhuma, só com suas capacidades e habilidades de transformar o mundo ao seu redor.
   






 
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